Se um negro de tom de pele mais escura me encontra na rua, ele se reconhece em mim, e eu nele, mesmo tendo eu um tom ou cor de pele mais clara.
A cor da minha pele vem da miscigenação de muitas raças, de muitas cores. Sei das minhas raízes, da minha família, da minha mistura, de onde vim, e os que passei pra chegar até os meus 41 anos.
O que eu não sei, é não entendo, é o porque as pessoas brancas se julgam tão inteligentes e superiores, tão melhores, que até insistem em querer saber mais que eu mesmo ou a minha história é sempre querem, por causa do tom mais claro da minha pele, me qualificar como não-negro, um quase branco, e afirmam isso com força e cheios de razão.

– Negro você? Me poupe.
– Você só tem um pezinho na senzala. (sim, escutei isso de um branco esses dias).
– Fulano sim é negro.
– Você tá até fora da cota.
– Sua barba tem fios vermelhos, como você pode ser negro?
As pessoas esquecem da polarização racial que existe em nosso país. Que ser preto/negro está muito mais que na cor da pele, da colorização ou colorismo e sim na ancestralidade.
Você sabe o que é colorismo? AQUI tem uma matéria bem legal.
Sim, eu sou preto, e me deixe ser preto. Afinal, da minha história, quem sabe sou eu. Certo?
Imagem: Black Boys Don’t Cry por IGGY LDN
Oi, Ronaldo!
Que texto oportuno! As explicações sobre o que muitas pessoas não falam e que ajuda a refletir. O que falta à sociedade é refletir para que a ignorância não seja alimentada. Nunca antes havia pensado sobre “negros de pele clara crescem com crise de identidade”.
Beijus,