Acordou aquela manhã lembrando das palavras que ouvira na noite anterior: “A vida nos leva por diversos caminhos, não sabemos aonde vamos”.
Não sou timoneiro. – Afirmou. – Mesmo que eu tente, por mais força que eu coloque, não sou eu quem navega, não sou eu quem escolhe a direção, não sou eu quem comanda. Será que um dia irai aprender?
Por mais que ele desejasse não conseguia ser diferente, queria sempre ter a direção de tudo, o controle.
Lembrou-se da música, do mar que não se pode agarrar, e tentou se convencer que deveria jogar a rede e esperar, mesmo que ela volte vazia, ou mesmo cheia de dor.
Não sou eu o timoneiro?
Eu? É… não sou mesmo, e nunca fui.
Será que ele aprendeu?
Como se faz pra nadar
Explico que eu não navego
Quem me navega é o mar”
(Paulinho da Viola e Hermínio Bello)