
Um sorriso simples
Eu não tenho costume de dar dinheiro para as pessoas que me pedem nas ruas. Pra falar a verdade, geralmente eu nem as escuto. Já falo que estou com pressa, que não tenho dinheiro, entre outras desculpas. Tá certo que na maioria das vezes não estou mesmo com dinheiro nos bolsos, não tenho esse costume.
Mas onde está o meu sentimento cristão da partilha? Até parece que sempre, antes de sair de casa coloco ele (o sentimento) em um pote e deixo no fundo da gaveta.
E sabe aquela passagem “Tu, porém, quando deres esmola, não saiba tua mão esquerda o que faz a direita…” (Mt 6, 3)? Eu não consigo. Sempre penso no que a pessoa pode fazer com a grana… Drogas, pinga, e tudo mais de ruim. Nunca penso que a pessoa irá fazer um proveito para o bem daquilo que é pedido.
Mas neste final de semana, estava eu e o Ronaldo (sim, somos dois Ronaldos), no aeroporto esperando um amigo que iria nos buscar, e de repente chegou um rapaz, ele estava sujo, com as roupas surradas, barba grande. Parou em nossa frente e puxou assunto.
Eu como em todas as outras anteriores situações não dei muita atenção para o que ele estava falando fiquei mexendo no celular enquanto o outro Ronaldo, muito educadamente conversava com o rapaz.
Mas não sei porque, naquela noite, lembrei que haviam moedas em meu bolso, não eram muitas, e quando vi que o Rô estava entregando algumas para o rapaz, peguei as minhas e entreguei também.
O Rapaz ficou muito feliz, nos agradeceu com um aperto de mão — eu tenho problemas de TOC com as minhas mãos, mas procurei não pensar nisso — sorriu e saiu.

Ele ainda passou por nós dois umas duas vezes, acenou com a cabeça, fez sinal com as mãos, sempre sorridente.
Passado uns 20 minutos, um rapaz de barba feita, rosto lavado, passou em nossa frente, acenou com a cabeça, fez sinal com as mãos e sorriu. Olhei para o Rô e disse: “É o rapaz que veio conversar com a gente!”. Ficamos super felizes, ele ainda estava com as roupas sujas, mas estava bem melhor que antes.
Deduzimos que ele deve ter ido em alguma farmácia por perto, comprou uma lâmina de barbear, foi ao banheiro do aeroporto e fez a barba.
Não quero com esse texto dizer que eu sou o máximo por ter ajudando uma pessoa, e coisa e tal, esse não é o caso, afinal, o dinheiro que entregamos para ele era muito pouco. Mas sim dizer como aquele rapaz, com aquele sorriso me ajudou. Um sorriso simples, que me fez pensar que às vezes fazemos de nossos pequenos problemas grandes causas, sendo que tem pessoas com problemas maiores que os nossos.
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